A Fitch reduz a classificação dos EUA, as folhas de pagamento não agrícolas de julho não atendem às expectativas, qual é a perspectiva para o mercado de ações?

Na semana passada, os mercados acionários globais sofreram um declínio em sua maioria. Nos EUA, o índice Dow Jones Industrial Average caiu 1,1%, o índice S&P 500 caiu 2,3% e o índice Nasdaq 100 caiu 3,0%. Na Europa, o índice STOXX 600 caiu 2,4%, com o índice DAX alemão registrando a maior queda, de 3,1%.

【Fonte: MacroMicro Date2023/7/31-2023/8/4】

【Fonte: MacroMicro Date2023/7/31-2023/8/4】

Em 4 de agosto, o Bureau of Labor Statistics dos EUA divulgou dados mostrando que os EUA criaram 187.000 empregos não agrícolas em julho, um pouco abaixo dos 190.000 esperados, marcando o segundo mês consecutivo abaixo das expectativas. Os dados de junho foram revisados para baixo, de 209.000 para 185.000.

Entretanto, a taxa de desemprego de julho foi de 3,5%, um pouco abaixo dos 3,6% esperados. Os ganhos médios por hora aumentaram 4,4% em relação ao ano anterior, superando os 4,2% esperados.

【Fonte：MacroMicro】

O último relatório não agrícola apresenta um quadro misto. O crescimento do emprego abaixo do esperado implica uma pressão reduzida sobre o Federal Reserve para aumentar as taxas de juros, mas o crescimento dos salários acima do esperado sugere um aumento das pressões inflacionárias.

Somente quando o crescimento da renda desacelerar é que poderemos esperar tendências sustentadas de queda na inflação. Entretanto, atualmente, o crescimento dos salários está ultrapassando a inflação, criando as bases para uma possível espiral de inflação salarial.

Após a divulgação do relatório não agrícola, as expectativas do mercado quanto ao aumento das taxas em setembro e para o resto do ano permanecem relativamente baixas, com uma probabilidade de 13,5% de um aumento contínuo das taxas pelo Federal Reserve em setembro.

Analista Mitrade：

Os dados de emprego e de PCE são fatores importantes para determinar a decisão do Federal Reserve de aumentar as taxas de juros. Atualmente, ambos os indicadores estão em declínio, o que favorece uma moderação das expectativas de aumento das taxas. Entretanto, se pontos de dados específicos, como o crescimento dos salários, excederem as expectativas, isso poderá levar a uma recuperação da inflação subsequente. Portanto, nossa opinião permanece inalterada de que o Federal Reserve provavelmente não aumentará as taxas em setembro, mas poderá considerar um aumento no quarto trimestre.

Após o fechamento do mercado de ações dos EUA em 1º de agosto, a Moody's rebaixou a classificação da dívida de longo prazo em moeda estrangeira dos Estados Unidos de AAA para AA+. Essa é a segunda vez que os EUA sofrem um rebaixamento de classificação, após o rebaixamento da Standard & Poor's em agosto de 2011.

No dia anterior, o Tesouro dos EUA anunciou um plano de emissão de dívida em grande escala. O duplo golpe desses dois eventos acendeu preocupações sobre as perspectivas fiscais dos EUA, encerrando abruptamente o mercado em alta de cinco meses, com queda tanto das ações quanto dos títulos.

No entanto, a maioria dos analistas continua otimista porque o ambiente macroeconômico dos EUA atualmente não apresenta a crise iminente observada em 2011. O motivo do rebaixamento da dívida dos EUA desta vez está mais relacionado a certos problemas com a própria dívida do que a implicações significativas para a economia dos EUA. O economista-chefe da Bernstein declarou: "Não acredito que esse rebaixamento seja um sinal significativo de qualquer problema futuro".

A maior parte do declínio no mercado de ações dos EUA desta vez pode ser atribuída à realização de lucros pelos participantes do mercado. Em um ambiente de incerteza macroeconômica contínua e desaceleração econômica, o mercado já havia precificado uma quantidade considerável de otimismo, tornando-se excessivamente próspero, e as posições especulativas continuaram a aumentar. O rebaixamento da Moody's serviu como desculpa para a venda.

Analista da Mitrade：

Na verdade, o mercado está refletindo o risco de uma desaceleração econômica, e não o rebaixamento da Fitch Ratings. Anteriormente, os investidores estavam apostando na perspectiva de uma aterrissagem suave ou até mesmo de nenhuma aterrissagem para a economia dos EUA, fazendo com que até mesmo os mais ferrenhos defensores da economia capitulassem. Entretanto, como os preços de mercado começam a refletir a desaceleração econômica, os mercados de ações tornam-se suscetíveis a golpes corretivos.

O relatório financeiro das grandes ações de tecnologia é um misto. A Apple teve três trimestres consecutivos de queda na receita, marcando seu maior declínio de vendas desde 2016. Na sexta-feira, suas ações caíram 4,8%, fazendo com que o valor de mercado da empresa caísse para menos de US$ 2,86 trilhões. Por outro lado, a Amazon superou as expectativas de lucro trimestral e registrou um aumento significativo de 8,3% na sexta-feira.

Na semana passada, os índices Nasdaq 100 e S&P 500 tiveram quedas acumuladas de 3,0% e 2,3%, respectivamente, marcando seu pior desempenho semanal desde março deste ano.

De acordo com os dados da Refinitiv, entre as 422 empresas do índice S&P 500 que divulgaram lucros trimestrais, 79% delas superaram as expectativas, ultrapassando o nível médio de 66% desde 1994. Apesar de os lucros substanciais terem superado as expectativas de Wall Street, o mercado de ações não se convenceu. Isso pode ser devido ao fato de o mercado ter estabelecido expectativas muito baixas no início.

【Fonte：MacroMicro】

Analista Mitrade：

A maioria dos relatórios financeiros importantes foi divulgada, e a tendência futura do mercado de ações será mais influenciada pelos dados macroeconômicos. Após um aumento significativo nos índices, qualquer dado macroeconômico desfavorável pode servir como motivo para as pessoas realizarem lucros. Preste atenção aos dados do IPC de julho dos EUA, programados para serem divulgados nesta quinta-feira. Se os dados do IPC de julho excederem as expectativas, isso poderá provocar uma queda no índice S&P 500.